O candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSOL, Guilherme Boulos, participou nesta segunda-feira, dia 26, do Roda Viva, na TV Cultura. Apresentado por Vera Guimarães, o programa teve bancada de entrevistadores formada por Débora Freitas, âncora da Rádio CBN, Diogo Schelp colunista do Estadão e da Rádio Eldorado, Fabio Zanini, editor do Painel da Folha de S.Paulo, Raquel Landim, colunista do UOL, e Reinaldo Gottino, jornalista e âncora da Record.
Respondendo a Schelp sobre se prefere polarizar com Pablo Marçal no segundo turno, em vez de contra Ricardo Nunes (atual prefeito), o candidato disse que não escolhe adversário. “Me preparei para discutir propostas na campanha, mas também sei que seria necessário enfrentar a extrema direita. Não vou permitir que um bandido vigarista chegue à prefeitura”, afirmou, referindo-se a Marçal.
O programa começou com a apresentadora questionando sobre a baixa adesão dos eleitores mais populares, da periferia da cidade. “É o maior potencial de crescimento da nossa campanha. Esse eleitor é o último a pensar em eleição. Tenho confiança de que a campanha chegando a eles teremos crescimento”, disse.
Débora Freitas afirmou que o povo da periferia vive 23 anos menos que pessoas dos bairros mais abastados da cidade. Para combater essa desigualdade, o candidato defende descentralizar as oportunidades. Deu como exemplo o fato de os serviços de telemarketing terem migrado para o Nordeste do país: “Com ISS de 3% posso levar esse serviço para Parelheiros, Grajaú, Perus.”
Questionado sobre se vai permitir invasões e ocupações na cidade, o candidato disse que “vai ser o governo com o menor número de ocupações na cidade de São Paulo. O movimento não faz ocupação por divertimento, mas por necessidade”. Ele afirma que sabe dialogar com o movimento sem-teto. Explicou também como pretende lidar com loteamentos clandestinos na cidade.
Sobre a dificuldade de conquistar o eleitorado evangélico, o candidato disse que é preciso superar um muro que separa progressistas do público cristão. “Isso começa com muita fake news. Lula não fechou nenhuma igreja, por exemplo.” Ele defende que a população quer melhorias e que a prefeitura faça programas em conjunto com igrejas evangélicas.
Crime organizado
Ao falar sobre a infiltração do crime organizado no poder público, o candidato afirmou que o dinheiro público está indo para o crime por meio de contratos, por exemplo, com as empresas de ônibus. “Vou passar a limpo todos os contratos.”
A proposta de Boulos para a Cracolândia é, em janeiro do ano que vem, convidar o presidente Lula, o governador Tarcísio de Freitas e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para falar de segurança. A primeira estratégia é evitar que a droga chegue lá. Além de usar um corpo de profissionais para uma ação humanitária na região. Sobre internação compulsória de usuários, o candidato diz que essa é uma decisão de médicos. “Não há política uniforme e única para isso. Pode haver mediante determinação médica. Não existe bala de prata para resolver o problema da Cracolândia."
Via Istoé
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