O caso que levou ao afastamento da juíza Gabriela Hardt, a substituta
de Sergio Moro na Lava Jato, já nasceu condenado na cúpula do Ministério
Público Federal e é visto, por integrantes da Procuradoria Geral da República e
do Judiciário, como o erro mais crasso dos expoentes
da operação.
O ano era 2018. A procuradora-geral
era Raquel Dodge. Segundo aliados, ela recebeu um telefonema do então ministro
das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, informando que havia um impasse nas
negociações da Petrobras com o Departamento de Justiça americano.
Uma comitiva, então, do gabinete da
PGR, foi até os Estados Unidos, levando uma papelada sobre as medidas de
ajuste, compliance e penas impostas aos saqueadores da Petrobras.
O assunto parecia encerrado, mas Raquel Dodge, rememoram aliados,
deparou-se, ainda naquele ano, com uma notícia nos jornais: a Lava Jato havia
firmado um trato com os americanos. Esse trato havia sido homologado em
Curitiba, por Hardt, e viabilizava a destinação de bilhões, no plural, a uma
fundação que seria criada pelos expoentes da operação.
Estava decretada uma guerra. No
entendimento de Dodge, a ação era completamente irregular. 1) a Lava Jato de
Curitiba não tinha foro para tratar de negociação com o Departamento de Justiça
dos EUA --a negociação caberia à PGR. 2) A 13ª vara de Curitiba também não
seria apta a atuar no caso, especialmente porque o acordo era de natureza
cível, e a vara era criminal, dois braços absolutamente diferentes do
Judiciário.
Dodge
decide, então, ir ao Supremo para tentar desfazer o trato bilionário da Lava
Jato. E enfrenta uma rebelião interna. Na época, a Lava Jato ainda tinha
blindagem da associação que representa os procuradores e houve um levante.
Muitos integrantes da categoria deixaram cargos comissionados.
Via Portal G1
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