O Prefeito Álvaro Dias determinou que a
Prefeitura de Natal irá assumir, de forma provisória, o pagamento do
“extra-teto” de hospitais privados que suspenderam o atendimento em cardiologia
no Município. A decisão foi comunicada, nesta terça-feira (7), no Palácio
Felipe Camarão, pelo secretário de saúde municipal, George Antunes e as
cirurgias já devem retornar ao agendamento nesta quarta-feira (8).
“A Prefeitura está assumindo uma
responsabilidade que não é nossa. Até quando Natal vai ficar pagando essa conta
sozinho é uma pergunta que eu faço”, questionou o secretário da SMS. Sem contar
com os repasses do Governo do Estado do RN, que já possui uma dívida com o
Município de R$ 70 milhões e com a ausência dos repasses mensais que superam R$
1,1 milhão, a capital potiguar tem assumido toda a conta.
“Se não bastassem os repasses em atraso nós
temos outros dois problemas graves. Desde o ano passado temos direito ao
aumento do teto financeiro para R$ 43 milhões. Tecnicamente isso já foi
aprovado pelo Ministério da Saúde, no entanto falta a liberação do valor”,
revela George Antunes. “A nossa execução financeira é maior do que as receitas
que chegam do Ministério”, complementa.
Um terceiro problema enfrentado pelo
sistema de saúde em Natal tem origem no sistema de pactuação entre os
municípios. “Esse é crônico. O Estado, que deveria reunir todos para uma
revisão, não o faz. Temos um prejuízo anual de R$ 68 milhões. Natal vai pagar
essa conta para o Estado inteiro até quando? Temos que colocar todos em volta
de uma mesa para encontrarmos uma solução e não colocar coisas na mídia como
vem sendo feito”, explica o titular da SMS.
Segundo George Antunes, após a autorização
do prefeito Álvaro Dias, hoje ainda ele terá reunião com os hospitais INCOR e
Hospital do Coração para que a situação das cirurgias cardíacas seja
normalizada de imediato. “Vamos garantir o aporte em torno de R$ 1,3 milhão,
sacrificando outras áreas sociais e também de nossa própria secretaria e
queremos que as cirurgias vasculares e cateterismos sejam feitas normalmente,
começando primeiramente com os pacientes que estão nas UPAS ou em outras
internações e depois passando para os que estão em casa”, antecipou.
Sobre as cirurgias ortopédicas, George
Antunes garantiu que os procedimentos estão normalizados. “Esse caso que já foi
judicializado está resolvido e nós também já estamos pagando essa conta de
extra-teto. É algo que, somado com a área cardiológica, chega próximo de R$ 2
milhões ou até mais. Precisamos que algo seja feito para que isso não fique
apenas com Natal”, finalizou.
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