Câmara de Natal debate autismo: a importância da intervenção precoce




O crescimento do autismo é exponencial e está mudando a realidade da sociedade. Além de disseminar informações e a luta por garantia de direitos para as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), especialistas reforçam a missão da conscientização sobre a intervenção precoce, que é o tratamento adequado e o consequente diagnóstico aos primeiros sinais de atrasos no desenvolvimento de crianças, principalmente sociais e de comunicação. Diante disso, a Câmara Municipal de Natal, através do vereador Dickson Júnior (PDT), contribui neste desafio e realizará a Audiência Pública “Autismo: a importância da intervenção precoce”, na próxima sexta-feira (28), a partir das 9h, no Plenário Ériko Hackradt.


“Especialistas apontam que por conta da falta de conscientização e informação, muitas famílias não conseguem perceber os primeiros sinais de autismo, que podem surgir antes da criança completar um ano. E, assim, é muito comum que adolescentes ou até mesmo adultos recebam o diagnóstico tardio, prejudicando assim seu melhor desenvolvimento. Por isso, trabalhar a necessidade de intervenção precoce se faz urgente. As crianças autistas de hoje serão os profissionais do amanhã. Precisamos desenvolver as pessoas com TEA para serem cidadãos funcionais e produtivos do futuro, atuando em todos os espaços sociais, com autoestima, dignidade, respeito”, destaca o propositor. 


Para o debate, Dickson convidou representantes das secretarias municipais de saúde e educação, além da Unimed e profissionais renomadas da área para explanar sobre o Transtorno nos aspectos comportamentais e jurídicos e os próprios familiares e pessoas com TEA, que vão expor a realidade vivida por eles em Natal.


DADOS

De acordo com a última estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS), dentre os mais de 200 milhões de brasileiros, cerca de 2 milhões são autistas, o que significa que 1% da população estaria no espectro. Mas pesa contra a comunidade autista brasileira que essas informações estariam desatualizadas. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) só agora está colocando o autismo no radar das estatísticas com o objetivo de mapear quantas pessoas vivem com o transtorno autista, mas ainda não receberam o diagnóstico, já que esse dado foi incluído após a sanção da Lei 13.861/19, que obriga o IBGE a inserir perguntas sobre o autismo no Censo de 2020. Esses dados deveriam ter sido mapeados naquele ano, mas foram adiados para 2022 por conta da pandemia do COVID-19 (dados esses que ainda não foram divulgados).


Autoridades no assunto apontam que o número é bem maior, diante do comparativo com os dados dos Estados Unidos, que vem acompanhando a evolução do TEA mais efetivamente, a cada dois anos. A pesquisa de prevalência de autismo ano-referência 2020, divulgado no dia 23 de março passado pelo CDC (Centro de Controle de Prevenção e Doenças) - principal referência mundial a respeito da prevalência de autismo - aponta 1 em cada 36 crianças de 8 anos autistas nos EUA, o que significa 2,8% daquela população. Para se ter ideia, o número é 22% maior que o anterior, ano referência 2018, que foi divulgado em dezembro de 2021, e apontava 1 autista para cada 44 crianças típicas. Como no Brasil não há números de prevalência de autismo atualizados, se fizermos a mesma proporção desse estudo, poderíamos ter cerca de 5,95 milhões de autistas no Brasil.


SERVIÇO

Audiência Pública “Autismo: a importância da intervenção precoce”

Sexta-feira (28/04), a partir das 9h

Plenário Ériko Hackradt, da Câmara Municipal de Natal

Postar um comentário

0 Comentários